Alguns dias atrás, num evento no Departamento de Marketing da Universidade do Arizona, Ken Segall (ex-pica grossa de Advertising da Apple) compartilhou detalhes interessantes sobre o brainstorm do smartphone da companhia. Eventualmente a Apple acabou ficando com o iPhone (que já estava até no imaginário dos fãs – não que isso tenha influenciado), mas a companhia considerou outras ideias. O pessoal do 9to5Mac acompanhou o evento e tem maiores detalhes de todos os nomes considerados na época, mas o que me chamou a atenção foram dois nomes:
Telepod
O nome foi considerado pelo ar futurístico que remetia à palavra telefone. Claro que o “pod” da palavra se aproveitava do contexto de sucesso da linha iPod. Parece que este nome fazia sentido por conta do projeto “ipod-phone” do Tony Fadell, projeto este que acabou perdendo para solução de portar o OS X para uma versão móvel chamado iOS do Scott Forstall.
iPad
Este era o nome original para o iPhone por conta do projeto do tablet já em desenvolvimento e talvez fizesse mais sendido chamar o iPhone de iPad, visto que o smartphone da Apple é, na verdade, um pocket-mac e não um simples telefone.
Na realidade, se faz de tudo no iPhone como no iPad, mas no smartphone ainda tem a possibilidade de fazer ligações telefônicas (através do Phone.app) e, certamente, o nome iPhone foi utilizado como parte da “educação” dada a nós pela Apple. Lembrem-se que o iPad como conhecemos foi concebido (projeto) antes do iPhone. Tem até aquela história que o pessoal da Apple não era satisfeito com os celulares da época e resolveram “consertar” este problema.
Bom, na verdade, hoje em dia sabemos que não foi “só” esse descontentamento com as ofertas de celulares da época que levou a Apple a criar o iPhone. Steve Jobs explicou uma vez que percebeu que o mercado ainda não estava pronto para um tablet com um multi-touch screen (os antigos tablet-pc da Microsoft eram desktop miniaturizados para um tablet e não tinham sido pensados para usar com dedo e por um usuário comum, e sim destinados a mercados específicos – como hospitais/médicos).
Jobs, então, imaginou que o iPad funcionaria melhor se fosse portado para um aparelho que fosse mais familiar as pessoas: telefone celular. Com isso, o iPad foi lançado como o iPhone aproveitando o imaginário comum das pessoas e induzindo-as a acreditarem que aquele aparelho era um super telefone e não um pocket-mac que fazia, entre outras milhares de coisas, ligações telefônicas. Como o celular já tinha chegado a um ponto de uso diário e repetido, a pessoas rapidamente aprenderiam a usar o iPhone.
E foi o que aconteceu. Após 3 anos de intervalo, o iPad, ao ser lançado em 2010, causou aquele alvoroço de era apenas um iPhone grande (e, na prática, é isso mesmo, menos o nativo Phone.app). Só que ninguem se deu conta que o público já estava acostumado (ou educado) pela Apple para usar o iPad sem curva de aprendizagem, graça aos iPhone.
Dito isso, é sempre interessante saber um pouco mais das engrenagens da Apple e ver as idéias por trás do gadget que mais revolucionou o mercado na última década. Mais interessante ainda é ver como a Apple acertou em seguir com o nome iPhone.
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